Quem sou eu

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Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda - pela Usp. Período em que trabalhou como designer e professora de artes gráficas. Mestra em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. Contou com apoio da Fapesp para sua pesquisa, que versa sobre os procedimentos artísticos modernos e contemporâneos, sobretudo no que diz respeito à colagem. Atua paralelamente como curadora independente.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

De Chirico no Masp


O artista é mais do que conhecido e pouco tenho a acrescentar em comentários à sua obra


Quero apenas dizer que não percam a exposição no Masp.Está maravilhosa! As salas muito bem organizadas;  bons textos de apoio que valem a pena serem lidos,  pois explicam as diferenças temáticas em telas aparentemente semelhantes.


Predomina nas obras o estranhamento semântico em contraposição às composições perfeitamente equilibradas em cor e forma.


O que me surpreendeu foi a qualidade de suas esculturas, tão pouco mencionadas: domínio técnico de um material tradicional num devaneio - foi exatamente esta a sensação que tive.




Viva os grandes mestres que ainda nos proporcionam experiências estéticas! Tão diverso do que ocorre na arte contemporânea.


Para quem perder a exposição aqui em São Paulo, em Belo Horizonte haverá outra chance:
Casa Fiat de Cultura, Belo Horizonte: 30 de maio a 29 de julho de 2012



SP-Arte 2012

Na sexta-feira, 18 de maio, fui visitar a SP-Arte, no prédio da Bienal.

A primeira vista é um evento enorme, semelhante a própria Bienal de São Paulo, com a diferença de que a separação das obras é feita por galerias e não por temas ou artistas, o que não implica em significação muito diferente.

A qualidade de trabalhos apresentados é basicamente a mesma, os artistas representados são os de sempre,  ou seja, muita quantidade e pouca novidade. Digamos que foi mais do mesmo!

O que fiquei surpresa foi com a presença de galerias europeias, que chegaram a apresentar obras de Miró e Picasso. Isso é uma clara amostra da crise vivida por lá e da emergência do Brasil no mercado de arte.

Outra percepção que tive foi a de que estas galerias sabem tratar o público muito melhor do que as brasileiras, recepcionando a todos com o mesmo respeito.

Já os galeristas brasileiros tem evidente preferência pelos senhores de aparência respeitável e abastada -  um erro já que a aparência elegante pode, por vezes, esconder a decadência financeira -, não dando a mínima para o público comum - classe média e estudantes, por exemplo - que são potenciais compradores, futuros formadores de opinião ou produtores de arte. Uma pena!

Outra coisa que não gostei foi da falta de transparência nos preços praticados. Apenas uma das galerias, a Mezanino, colocou à mostra os valores das obras. Cheguei mesmo a elogiar o galerista, que me disse que esta é uma atitude que mostra o jogo da maioria das galerias, que é o de apresentar o preço conforme a aparência do consumidor.

Outro problema foi a falta de treino oferecido aos funcionários da portaria e vigilância: ninguém sabia dizer ao certo onde ficava o auditório em que ocorreriam as palestras. O que me fez ir ao MAM, ao auditório do Ibirapuera e, depois de percorrer o evento, descobrir que o auditório era na verdade um espaço bem pequeno e sem nenhum destaque no terceiro andar. 

Como pontos altos:

- A instalação Jardineiro do artista André Feliciano, pela galeria Zipper, que trouxe um questionamento sobre a natureza artificial, contemplar e ser contemplado, etc.

- O trabalho da artista libanesa Teresa Diehl radicada na Venezuela e representada pela galeria alemã Anita Beckers. Presente na instalação, a artista convidava os participantes a intervir sutilmente no equilíbrio de sua obra, numa alusão ao frágil equilíbrio do mundo com os conflito étnicos, religiosos e sociais cada vez mais acirrados.

- A delicadeza dos objetos formados por sobreposições de vidros com impressões de nuvens do artista argentino Leandro Erlich. Fizeram tanto sucesso que não sobrou um para contar história!

- A forma como o artista Zezão soube transportar o grafite da rua para a galeria, sem fazer uma simples pintura sobre tela. Conversei com ele no stand da Athena Contemporânea, a princípio sem saber que era ele, e achei bem interessante seu trabalho.

- As esculturas magníficas do Brecheret trazidas por sete galerias.

- Ressalto ainda as revistas distribuídas gratuitamente e o bufê, que estava maravilhoso, sobretudo no que diz respeito ao brigadeiro de capim santo. Delícia!

Fotos ótimas do evento estão disponíveis no álbum da Select (uma das revistas participantes no evento)


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Defesa de mestrado

Para quem tiver interesse em novas pesquisas em arte contemporânea: amanhã (15/05) será minha defesa de mestrado. O tema é "Colagem nos meios imagéticos contemporâneos".
Estão todos convidados, às 15h no Instituto de Artes da Unesp.
Será na sala 303.
Aguardo vocês por lá!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Curadoria de conteúdo


Além de selecionar obras de arte para exposições, surgiu recentemente uma nova profissão relacionada à curadoria: trata-se do curador de conteúdo. 


Com o excesso de informações a que estamos submetidos, estes novos profissionais desempenharão um serviço extremamente valioso para aqueles que buscam informação de qualidade. Sua função é  encontrar, agrupar, organizar e compartilha o melhor e mais relevante conteúdo sobre um tópico específico.


O curador de conteúdos digitais é o novo papel na cadeia da criação e distribuição de conteúdo para internet.


Dominar a técnica de criar compilações de conteúdos orientados para um nicho é uma das principais estratégias que podem adotar os editores online, a fim de oferecer mais conhecimento direcionado a um objetivo específico.


O jornalista Burt Herman, ex-correspondente internacional da Associated Press, criou o Storify, ferramenta que permite aos internautas montarem histórias a partir do conteúdo das redes sociais. Seu site teve 3,5 milhões de acessos e mais de 60 mil histórias criadas nas duas primeiras semanas de existência. 


Herman acredita estar construindo o jornalismo do futuro, no qual o jornalista se tornará curador do conteúdo criado pelo público através das redes sociais. 


O jornalismo ainda mantém sua credibilidade, mas a curadoria de conteúdo passa, necessariamente, somente por vias profissionais? 


Não é o que pensam dezenas de milhares de usuários que realizam o trabalhado de seleção, filtragem e segmentação de informações todos os dias.  Muitas vezes tais curadores amadores atingem de forma mais satisfatória determinados públicos do que grandes veículos de comunicação ou os profissionais autodenominados curadores de conteúdo.


Fontes: 
Curador de conteúdos
O jornalista como curador do conteúdo das redes sociais
A curadoria de conteúdo e os prosumers

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Entrevistas com artistas

Em breve postarei aqui as entrevistas realizadas com artistas contemporâneos para minha pesquisa de mestrado.

Colagem na Arte Contempoânea

Artigo selecionada pelo conselho editorial da Jornada de Pesquisa Unesp 2011:


http://jornadaunesp.blogspot.com.br/p/artigos.html


Resumo: O presente artigo tem como objetivo verificar a presença da colagem como linguagem na arte contemporânea. Para isso, enxergamos as raízes deste fenômeno nas vanguardas artísticas europeias do início do século XX e observamos como o entendimento da arte transforma-se nesta passagem do universo moderno para o contemporâneo. Dessa forma, a arte deixa de ser representada por obras artísticas e passa, cada vez mais, a tornar-se o resultado de uma colagem/montagem, que se dá no pela junção de elementos de todo um processo criativo.

Palavras-chave: arte moderna, arte contemporânea, colagem, montagem.

Curadoria: Mundos Portáteis



A exposição Mundos Portáteis foi pensada como parte integrante dos eventos de lançamento do trabalho Portapoema – coletânea de livros de bolso com poemas de Ana Estaregui, arrudA, Fernanda Grigolin, Isadora Krieger, Pedro Tostes, Rafael Matede, Sinhá e Vanderley Mendonça.


Um dos objetivos da mostra é estabelecer diálogos entre as diferentes linguagens artísticas, seguindo a proposta do próprio Portapoema, – que reúne literatura e música na mesma caixinha -  e, num segundo momento, da arte contemporânea – com seus artistas cada vez mais plurais e multifacetados.
Estiveram presentes na mostra projetos editoriais coletivos nascidos a partir de relações estabelecidas entre o verbal e outras formas de expressão.  Como é o caso de  Asfalto – uma caixa de poesia e fotografia que discute o espaço urbano e a relação poética entre a imagem fotográfica e a poesia.
Estiveram à mostra também livros de artista individuais, como o Convite, de Fernanda Grigolin – igualmente editado por Publicações Iara. A montagem do livro foi pensada por Grigolin a partir da costura, da dobra e da relação palavra/imagem. As fotografias produzidas pela autora foram enviadas para nove escritores . Eles deveriam produzir textos inspirados nas imagens e tinham duas condições: não descrever as fotos e não ir muito além de 1.200 caracteres.



Ana Estaregui também dedica-se à criação de livros de artista. Além da palavra impressa, seus trabalhos utilizam-se de diferentes materiais bi e tridimensionais. A artista evidencia, dessa maneira, uma busca pela poesia do cotidiano.


  A exposição procurou dar acesso também ao processo criativo de Vanderley Mendonça que, como artista gráfico, concretiza projetos editoriais de outros escritores.  Mendonça pesquisa técnicas de impressão tipográfica e acabamento, tendo, como um de seus projetos futuros, a produção de uma réplica da prensa móvel de Gutenberg.


Outro objetivo de Mundos Portáteis foi trazer ao público, além dos livros, trabalhos poéticos que se destacam pela delicadeza e portabilidade. Isto levou-nos a uma escolha por pequenos formatos em diferentes suportes, proporcionando uma relação mais intimista do espectador com as obras, que é intensificada pelo ambiente criado pelo Atelier A Pipa.



Foram fotografias de Fernanda Grigolin e Carolina Krieger – gêmea da poeta Isadora Krieger – vídeo de Malu Teodoro, pintura de Sinhá e  objetos de Ana Estaregui. Tudo isto com o acréscimo, na abertura da exposição, pela arte performática de Marco Biglia que, por vezes, traz à tona a experiência do corpo em relação ao espaço demarcado, numa suspensão de tempo e impossibilidade de relação.




O fio condutor do percurso foi o fluxo: o da água, ao mesmo tempo contínua e transmudada em cada mar e rio; e o do processo criativo em que os artistas constroem a si mesmos e às obras.   

Assim, o espectador foi convidado a percorrer um caminho que perpassa todos os mundos expostos, sem separá-los por técnica ou autoria. Esperamos que o público tenha entrado sutilmente no universo de cada um dos artistas, desfrutando dos caminhos traçados por eles em meio a palavras, imagens e memórias.

Data: 14 a 26/05/2012
Local: Atelier A Pipa. Rua Fidalga, 958, Vila Madalena 
Realização: Ateliê A Pipa e Publicações Iara.
Curadoria: Juliana Bernardo e Ana Luiza Rocha do Valle
Mais informações: http://portapoema.publicacoesiara.com.br/

Curadoria: Cheiro de Nada

Entre 29 de junho a 15 de julho de 2011, realizamos na Galeria de Instituto de Artes da Unesp a mostra de arte contemporânea Cheiro de Nada.

Sob minha curadoria, foram apresentados trabalhos em fotografia, colagens, pinturas, entre outros suportes. Os artistas presentes na mostra foram: Adriana Honorato, Marcelo Bertinato, Renato Barros, Amanda Barbosa, Ana Luiza Brant e Gastão Debreix.




O objetivo da exposição foi explorar duas das possibilidades visuais pelas quais a contemporaneidade parece ter predileção: o vazio e o excesso



Assim, o demasiado valor dado à experiência sobressai-se num contexto em que a memória é substituída pelo frequente esquecimento. O excesso advém da necessidade de preenchimento deste vazio provocado pelas condições atuais, que insuflam a efemeridade na destruição do passado e construção de um presente contínuo.



Mais informações sobre a exposição estão disponíveis em: http://cheirodenada.blogspot.com.br/

Memória e fotografia Em busca do tempo perdido

Artigo publicado na Revista Fotografia #5

Resumo: O presente artigo aborda a constituição narrativa da obra Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust. Nesta análise serão retratados os aspectos da memória como recurso de colagem narrativa. Esta pesquisa se propõe também a verificar as implicações da fotografia nas características da escrita proustiana no contexto do início do século XX.

Palavras-chave: fotografia, Proust, memória, colagem


Apresentação da pesquisa de mestrado: