A partir do percurso traçado pela curadoria, é possível perceber o desenvolvimento do artista ao longo de sua vida, desde suas experimentações com o Cubismo antes de integrar o Surrealismo até os desdobramentos de sua pintura tiveram no cinema, animação e design gráfico.
As fotografias escolhidas, por exemplo, não são apenas documentação do trabalho em ateliê de Dalí. São obras em si, bem pensadas e executas, que deixam ver mais do que o cotidiano do artista, a construção elaborada da personagem que ele era.
Também as capas de revistas expostas nos dão uma noção do alcance de Salvador Dalí no mundo, nos dando a ideia da origem da figura do artista-personagem-empreendedor, que voltou à cena com Andy Warhol e popularizou-se com o artista contemporâneo.
São ainda interessantes na exposição as parcerias audiovisuais de Dalí com Walt Disney e com Alfred Hichckok, demonstrando mais uma vez a proporção tomada por sua obra. O desenho abaixo consegue realmente nos transportar para o universo surrealista.
Durante minha visita à mostra, reparei em dois fatores que fizeram muita diferença:
1- a iluminação impecável: não atrapalhava a visualização (algo bem comum nas últimas exposições visitadas) e valorizava algumas pinturas incrivelmente.
2 - o guia auditivo em QR code: fez com que as pessoas utilizassem seus smart phones de maneira mais produtiva do que para produzir selfies, colaborando com restante do público que quer desfrutar da exposição em outro ritmo.
Enfim, o que tenho a dizer é corra que ainda dá tempo.
Exposição Salvador Dalí
De 19/10 a 11/01, de terça a domingo, das 11h às 20h.
Instituto Tomie Ohtake
Entrada pela Rua Coropés 88, Pinheiros.
Entrada grátis, com retirada de senha.
Dica: Os ingressos valem apenas para o mesmo dia em que forem retirados e podem ser para três faixas de horário: das 11h às 13h30, das 14h às 16h30 e 17h às 19h30
A distribuição de senhas é feita enquanto a bilheteria estiver aberta, das 10h às 18h, com limite de duas senhas por pessoa.