A exposição Mundos Portáteis foi pensada como parte integrante dos eventos de lançamento do trabalho Portapoema – coletânea de livros de bolso com poemas de Ana Estaregui, arrudA, Fernanda Grigolin, Isadora Krieger, Pedro Tostes, Rafael Matede, Sinhá e Vanderley Mendonça.
Um dos objetivos da mostra é estabelecer diálogos entre as diferentes linguagens artísticas, seguindo a proposta do próprio Portapoema, – que reúne literatura e música na mesma caixinha - e, num segundo momento, da arte contemporânea – com seus artistas cada vez mais plurais e multifacetados.
Estiveram presentes na mostra projetos editoriais coletivos nascidos a partir de relações estabelecidas entre o verbal e outras formas de expressão. Como é o caso de Asfalto – uma caixa de poesia e fotografia que discute o espaço urbano e a relação poética entre a imagem fotográfica e a poesia.
Estiveram à mostra também livros de artista individuais, como o Convite, de Fernanda Grigolin – igualmente editado por Publicações Iara. A montagem do livro foi pensada por Grigolin a partir da costura, da dobra e da relação palavra/imagem. As fotografias produzidas pela autora foram enviadas para nove escritores . Eles deveriam produzir textos inspirados nas imagens e tinham duas condições: não descrever as fotos e não ir muito além de 1.200 caracteres.
Ana Estaregui também dedica-se à criação de livros de artista. Além da palavra impressa, seus trabalhos utilizam-se de diferentes materiais bi e tridimensionais. A artista evidencia, dessa maneira, uma busca pela poesia do cotidiano.
Outro objetivo de Mundos Portáteis foi trazer ao público, além dos livros, trabalhos poéticos que se destacam pela delicadeza e portabilidade. Isto levou-nos a uma escolha por pequenos formatos em diferentes suportes, proporcionando uma relação mais intimista do espectador com as obras, que é intensificada pelo ambiente criado pelo Atelier A Pipa.

Foram fotografias de Fernanda Grigolin e Carolina Krieger – gêmea da poeta Isadora Krieger – vídeo de Malu Teodoro, pintura de Sinhá e objetos de Ana Estaregui. Tudo isto com o acréscimo, na abertura da exposição, pela arte performática de Marco Biglia que, por vezes, traz à tona a experiência do corpo em relação ao espaço demarcado, numa suspensão de tempo e impossibilidade de relação.
O fio condutor do percurso foi o fluxo: o da água, ao mesmo tempo contínua e transmudada em cada mar e rio; e o do processo criativo em que os artistas constroem a si mesmos e às obras.
Assim, o espectador foi convidado a percorrer um caminho que perpassa todos os mundos expostos, sem separá-los por técnica ou autoria. Esperamos que o público tenha entrado sutilmente no universo de cada um dos artistas, desfrutando dos caminhos traçados por eles em meio a palavras, imagens e memórias.
Data: 14 a 26/05/2012
Local: Atelier A Pipa. Rua Fidalga, 958, Vila Madalena
Realização: Ateliê A Pipa e Publicações Iara.
Curadoria: Juliana Bernardo e Ana Luiza Rocha do Valle
Mais informações: http://portapoema.publicacoesiara.com.br/
Mais informações: http://portapoema.publicacoesiara.com.br/
Maravilhoso registro feito por João Gabriel Monteiro:
ResponderExcluirhttp://vimeo.com/43423003