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Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda - pela Usp. Período em que trabalhou como designer e professora de artes gráficas. Mestra em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. Contou com apoio da Fapesp para sua pesquisa, que versa sobre os procedimentos artísticos modernos e contemporâneos, sobretudo no que diz respeito à colagem. Atua paralelamente como curadora independente.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

SP-Arte 2012

Na sexta-feira, 18 de maio, fui visitar a SP-Arte, no prédio da Bienal.

A primeira vista é um evento enorme, semelhante a própria Bienal de São Paulo, com a diferença de que a separação das obras é feita por galerias e não por temas ou artistas, o que não implica em significação muito diferente.

A qualidade de trabalhos apresentados é basicamente a mesma, os artistas representados são os de sempre,  ou seja, muita quantidade e pouca novidade. Digamos que foi mais do mesmo!

O que fiquei surpresa foi com a presença de galerias europeias, que chegaram a apresentar obras de Miró e Picasso. Isso é uma clara amostra da crise vivida por lá e da emergência do Brasil no mercado de arte.

Outra percepção que tive foi a de que estas galerias sabem tratar o público muito melhor do que as brasileiras, recepcionando a todos com o mesmo respeito.

Já os galeristas brasileiros tem evidente preferência pelos senhores de aparência respeitável e abastada -  um erro já que a aparência elegante pode, por vezes, esconder a decadência financeira -, não dando a mínima para o público comum - classe média e estudantes, por exemplo - que são potenciais compradores, futuros formadores de opinião ou produtores de arte. Uma pena!

Outra coisa que não gostei foi da falta de transparência nos preços praticados. Apenas uma das galerias, a Mezanino, colocou à mostra os valores das obras. Cheguei mesmo a elogiar o galerista, que me disse que esta é uma atitude que mostra o jogo da maioria das galerias, que é o de apresentar o preço conforme a aparência do consumidor.

Outro problema foi a falta de treino oferecido aos funcionários da portaria e vigilância: ninguém sabia dizer ao certo onde ficava o auditório em que ocorreriam as palestras. O que me fez ir ao MAM, ao auditório do Ibirapuera e, depois de percorrer o evento, descobrir que o auditório era na verdade um espaço bem pequeno e sem nenhum destaque no terceiro andar. 

Como pontos altos:

- A instalação Jardineiro do artista André Feliciano, pela galeria Zipper, que trouxe um questionamento sobre a natureza artificial, contemplar e ser contemplado, etc.

- O trabalho da artista libanesa Teresa Diehl radicada na Venezuela e representada pela galeria alemã Anita Beckers. Presente na instalação, a artista convidava os participantes a intervir sutilmente no equilíbrio de sua obra, numa alusão ao frágil equilíbrio do mundo com os conflito étnicos, religiosos e sociais cada vez mais acirrados.

- A delicadeza dos objetos formados por sobreposições de vidros com impressões de nuvens do artista argentino Leandro Erlich. Fizeram tanto sucesso que não sobrou um para contar história!

- A forma como o artista Zezão soube transportar o grafite da rua para a galeria, sem fazer uma simples pintura sobre tela. Conversei com ele no stand da Athena Contemporânea, a princípio sem saber que era ele, e achei bem interessante seu trabalho.

- As esculturas magníficas do Brecheret trazidas por sete galerias.

- Ressalto ainda as revistas distribuídas gratuitamente e o bufê, que estava maravilhoso, sobretudo no que diz respeito ao brigadeiro de capim santo. Delícia!

Fotos ótimas do evento estão disponíveis no álbum da Select (uma das revistas participantes no evento)


2 comentários:

  1. Obrigada, Juliana Bernardo, por nos proporcionar instantes que só poderíamos enxergar através da sua ótica, devido ao seu magnífico talento. Abraços e Parabéns por seu trabalho sempre impecável!

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  2. Oi, Bel!
    Eu é que agradeço a sua sensibilidade e generosidade em relação a mim.
    obrigada mesmo!!!
    bjão,
    Juliana

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