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Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda - pela Usp. Período em que trabalhou como designer e professora de artes gráficas. Mestra em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. Contou com apoio da Fapesp para sua pesquisa, que versa sobre os procedimentos artísticos modernos e contemporâneos, sobretudo no que diz respeito à colagem. Atua paralelamente como curadora independente.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Educativo XXX Bienal de São Paulo

Nos últimos meses, a Fundação Bienal de São Paulo tem feito ampla divulgação do seu serviço educativo. São palestras em escolas, universidades e museus que tem por objetivo  introduzir os conceitos da arte contemporânea a um público formado sobretudo por professores do ensino formal.

O educativo da instituição visa também ampliar o número de visitantes às exposições e fazer com que o conteúdo das visitas possam ser trabalhados em sala de aula, ampliando o repertório e entendimento dos alunos de um tema distante para a maioria deles.

Desde a última edição da Bienal de São Paulo, em 2010, o educativo, que mudava a cada edição do evento, passou a ser fixo, tendo em vista um trabalho contínuo de formação de público e de educadores.

A frente desta equipe encontra-se a educadora Stela Barbieri, profissional renomada, com trabalho reconhecido no Instituto Tomie Ohtake

Outra novidade é que o serviço educativo passou a ser nomeado Curadoria Educacional, uma forma de dar importância ao processo de seleção de obras também durante sua apresentação orientada ao público.

Os jovens educadores selecionados para a XXX Bienal de São Paulo passarão por meses de treinamento, conhecendo ateliês de artistas, visitando comunidades de onde provem parte dos alunos de escola pública, percorrendo diversas exposições e assistindo a palestras. Esta é uma tentativa de fazer com que seu conhecimento a respeito dos trabalhos mostrados na exposição tenha um maior embasamento, evitando a superficialidade usual em suas apresentações, que acaba diminuindo o interesse do público sobre as obras apresentadas e as possíveis discussões a este respeito.

Eu assisti a duas das palestras ministradas pela Stela Barbieri no mês passado, uma no Instituto de Artes da Unesp e outra no Masp. 

Além da qualidade de seu discurso na apresentação do tema da exposição, dos vídeos do curador, etc, foi interessante notar a importância que ela dá à poética também na formação de professores. 

Na primeira das palestras, trouxe o artista Nino Cais para falar sobre sua pesquisa artística, o que muito me alegrou por  conhecer o Nino, tê-lo entrevistado e ver que seu trabalho estará presente nesta importante mostra de arte contemporânea. Na segunda palestra, houve um trabalho feito em grupo, em que nós, plateia, interagíamos com peões rodopiando.

Enfim, ao que parece o Educativo da Bienal tem tudo para se tornar um projeto piloto nos serviços educativos no Brasil, pois os trabalhos que vemos por aqui ainda são bastante precários em comparação com o que acontece em grandes museus do mundo. E, se o Brasil pretende ser um pólo de arte contemporânea - o que já esta acontecendo pelo menos no mercado de arte, vide a SPArte - é preciso lembrar que um centro cultural tem que ter como preocupação primordial a educação e não apenas o consumo de bens culturais.

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