A exposição O mundo mágico de Escher no CCBB/RJ, por exemplo, bateu o recorde de público com mais de 9 mil visitantes por dia.
Claro que a utilização da mídia para divulgação dos eventos e a gratuidade são fatores que se deve levar em conta ao pensar nesse aumento significativo de público, mas isso não explica totalmente o fenômeno.
Com poucas exceções nos últimos anos, o que tenho visto nos trabalhos apresentados pela instituição são montagens de excelente qualidade, inéditas no Brasil e que sabem mesclar interatividade com conteúdo, sem serem superficiais ou massantes.
Assim, temos, cada vez mais, acesso inédito a grandes nomes da arte contemporânea internacional, sem sairmos de nosso próprio país. Além disso, há cursos, debates, catálogos disponíveis para download e vivências que aproximam o público do universo do artista.
É o que acontece até 15 de julho com as obras de Antony Gormley em Corpos Presentes no CCBB/SP.
Ao artista inglês interessam duas questões: o corpo e sua relação com o espaço. Por isso, vale a pena ver não somente as obras de ferro fundido em tamanho real - réplicas do corpo do próprio autor - amontoadas pelo prédio e espalhadas pelo centro da cidade, como também seus modelos em materiais e tamanhos diversos dispostos no subsolo.
O vídeo exibido no segundo andar dá ainda uma noção da grandiosidade de alguns de seus trabalhos e do demorado e complexo processo de criação que os envolvem.
Pelo que observei num dia de semana em plena hora do almoço, creio que esta exposição também tem tudo para ser um sucesso de público.
Vi trabalhadores do centro da cidade - engravatados ou não - deslumbrados com o realismo das esculturas já na entrada do prédio, tocando na obra por pensarem ser estátuas vivas. O deslumbre cresceu ainda mais diante do paradoxo encontrado: a leveza daqueles corpos tão pesados dependurados no teto.
Antony Gormley: Corpos Presentes
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro
Terça a domingo, das 9h às 21h
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