Nos últimos eventos de que tenho participado, os palestrantes vem repetindo um pensamento a respeito da crítica de arte contemporânea: sua atual ausência no Brasil.
No I Encontro de Pensamento e Reflexão na Fotografia, evento que fez parte da programaçao do Maio: fotografia no MIS, este foi um dos assuntos abordados.
O Prof. Dr. Rubens Fernandes Junior (FAAP/SP), na palestra Um passeio pelo pensamento crítico na Fotografia Brasileira, ressaltou que este fenômeno se deve ao fato de que o crítico de arte tornou-se simultaneamente curador. Em outras palavras, é o curador quem escreve o texto sobre a exposição que ele mesmo organiza, substituindo a crítica pela propaganda.
Assim, o que a mídia tradicional publica nada mais é do que um realese. E a crítica de arte fica restrita ao âmbito acadêmico, não ressoando com muito efeito sobre o público que frequenta, ou poderia frequentar, as exposições.
A Profa. Renata Sant'Anna, especialista em arte-educação, no curso Saber e Ensinar Arte Contemporânea, promovido pelo MAC/USP também tocou neste assunto em um dos encontros. Durante a visita guiada pela exposição Modernismos no Brasil tratamos da articulação do fazer artístico dos anos 1920 até 1960 e a crítica na mídia impressa.
Tivemos casos famosos como o repúdio de Monteiro Lobato aos trabalhos de Anita Malfatt i (precedentes à Semana de 22). Seus quadros foram atacados no artigo Paranóia ou Mistificação? publicado no Estado de São Paulo e tiveram grande repercussão.
Mais adiante na história, temos os movimentos Concretista (1958) e Neo-concretista (1959) que tiveram seus manifestos publicados em periódicos de grande circulação, suscitando debates, confrontos e discussões.
O relacionamento com a mídia era forte a ponto de um dos artista do grupo, carioca Amilcar de Castro, ter liberdade para redesenhar o layout do suplemento de domingo do Jornal do Brasil.
A questão é que o espaço da crítica foi sendo reduzido e, agora nos anos 2000, o mercado dominou abertamente a mídia, cooptando aqueles que poderiam criticá-lo.
Que saída teremos? Talvez a internet, as redes sociais? Mas qual o alcance dessa nova mídia para reflexão e formação de público, se a maior parte dela é usada para divulgação de produtos, modismos e celebridades instantâneas aos moldes da mídia eletrônica tradicional?
Tivemos casos famosos como o repúdio de Monteiro Lobato aos trabalhos de Anita Malfatt i (precedentes à Semana de 22). Seus quadros foram atacados no artigo Paranóia ou Mistificação? publicado no Estado de São Paulo e tiveram grande repercussão.
Mais adiante na história, temos os movimentos Concretista (1958) e Neo-concretista (1959) que tiveram seus manifestos publicados em periódicos de grande circulação, suscitando debates, confrontos e discussões.
O relacionamento com a mídia era forte a ponto de um dos artista do grupo, carioca Amilcar de Castro, ter liberdade para redesenhar o layout do suplemento de domingo do Jornal do Brasil.

A questão é que o espaço da crítica foi sendo reduzido e, agora nos anos 2000, o mercado dominou abertamente a mídia, cooptando aqueles que poderiam criticá-lo.
Que saída teremos? Talvez a internet, as redes sociais? Mas qual o alcance dessa nova mídia para reflexão e formação de público, se a maior parte dela é usada para divulgação de produtos, modismos e celebridades instantâneas aos moldes da mídia eletrônica tradicional?
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